A seguir o artigo:
ANAMARIA KOVÁCS
- Reclamando
Recebi recentemente um e-mail interessante, intitulado “Reclamando de Quê?” O autor desafia o leitor a olhar para si mesmo, ou ao seu redor, antes de reclamar dos políticos corruptos que enfiam a mão, cada vez mais fundo, no dinheiro público. Pode até ser que, a partir das manifestações do último dia 7, a voz do povo seja ouvida com um pouco mais de atenção em certos gabinetes e assembleias. No entanto, o autor do e-mail não se referia aos políticos e sim ao próprio povo, do qual fez uma breve análise, que resumo a seguir:
O estudante brasileiro coloca nome em trabalho que não fez, assina em lista de presença o nome de colega que faltou, muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas, paga alguém para fazer seus trabalhos – entre outras coisas que a gente percebe, quando ensina...
O cidadão saqueia cargas de veículos acidentados, e, quando motorizado, estaciona nas calçadas – muitas vezes debaixo de placas proibitivas –, suborna ou tenta subornar quando é apanhado cometendo uma infração, fala no celular enquanto dirige, trafega pela direita nos acostamentos quando o trânsito engarrafa nas estradas. Na cidade, estaciona em filas duplas e triplas em frente às escolas, e, em qualquer lugar, dirige após consumir bebida alcoólica. Também costuma estacionar em vagas exclusivas para deficientes e idosos e, quer de carro quer de moto, viola a lei do silêncio sem dar bola pra ninguém.
Na hora de vender o carro, substitui o catalisador por um que só tem a casca e adultera o velocímetro para vendê-lo como se fosse menos rodado; quando compra outro, emplaca-o fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.
O sociólogo improvisado observa também que o brasileiro troca voto por qualquer coisa, fura filas utilizando as mais esfarrapadas desculpas, espalha mesas e churrasqueiras nas calçadas, comercializa objetos doados para vítimas de catástrofes... Pega atestado médico só para faltar ao trabalho, faz “gato” de luz, água e TV a cabo, registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, só para pagar menos impostos (esse eu perdoo, os impostos são mesmo escorchantes e não vemos nenhum retorno em termos de melhorias nas cidades).
Depois de mais uma dúzia de reclamações – ou observações – desse quilate, conclui o autor que, de um povo com esse comportamento, é impossível esperar que saiam políticos honestos e responsáveis, e conclama seus leitores a pararem de reclamar e começarem a dar exemplos melhores, a partir de valores como ética, educação, honestidade, responsabilidade. Endosso o recado!
O estudante brasileiro coloca nome em trabalho que não fez, assina em lista de presença o nome de colega que faltou, muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas, paga alguém para fazer seus trabalhos – entre outras coisas que a gente percebe, quando ensina...
O cidadão saqueia cargas de veículos acidentados, e, quando motorizado, estaciona nas calçadas – muitas vezes debaixo de placas proibitivas –, suborna ou tenta subornar quando é apanhado cometendo uma infração, fala no celular enquanto dirige, trafega pela direita nos acostamentos quando o trânsito engarrafa nas estradas. Na cidade, estaciona em filas duplas e triplas em frente às escolas, e, em qualquer lugar, dirige após consumir bebida alcoólica. Também costuma estacionar em vagas exclusivas para deficientes e idosos e, quer de carro quer de moto, viola a lei do silêncio sem dar bola pra ninguém.
Na hora de vender o carro, substitui o catalisador por um que só tem a casca e adultera o velocímetro para vendê-lo como se fosse menos rodado; quando compra outro, emplaca-o fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.
O sociólogo improvisado observa também que o brasileiro troca voto por qualquer coisa, fura filas utilizando as mais esfarrapadas desculpas, espalha mesas e churrasqueiras nas calçadas, comercializa objetos doados para vítimas de catástrofes... Pega atestado médico só para faltar ao trabalho, faz “gato” de luz, água e TV a cabo, registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, só para pagar menos impostos (esse eu perdoo, os impostos são mesmo escorchantes e não vemos nenhum retorno em termos de melhorias nas cidades).
Depois de mais uma dúzia de reclamações – ou observações – desse quilate, conclui o autor que, de um povo com esse comportamento, é impossível esperar que saiam políticos honestos e responsáveis, e conclama seus leitores a pararem de reclamar e começarem a dar exemplos melhores, a partir de valores como ética, educação, honestidade, responsabilidade. Endosso o recado!
Postado por Cleber 22/09/2011